domingo, 22 de julho de 2012

"VERMELHO COMO O CÉU"

Ah, eu tenho um bom filme para indicar. É um filme italiano que apresenta de forma poética a historia de um menino que acidentalmente fica cego. As principais cenas se passam em uma internato exclusivo para crianças cegas e nos remete a uma reflexão sobre a exclusão na política educacional que era realidade em todo o mundo na década de setenta.
O título do filme VERMELHO COMO O CÉU, refere-se a  maneira como o personagem principal descreve as cores para outro amigo que é cego de nascença, o vermelho, diz ele, é como o céu ao entardecer, quando o sol está se pondo. No decorrer da história o menino, com ajuda do seu professor vai descobrindo que a visão não é a única maneira de se enxergar e de descrever o mundo.
Acho que vão gostar desse filme.

sábado, 14 de julho de 2012

APRENDENDO A VIVER

Devo andar atenta.


Descobri que o amargor pode ser muito contagioso.


Ainda que eu carregue a doçura que recolhi em toda a minha vida, ainda assim, posso fraquejar diante do amargor de certas pessoas. 


Não posso me permitir, jamais, reproduzir a  atitude  dos grosseiros. Mesmo que nisso eu  justifique autodefesa. 


Quero aprender a leveza dos que não se abalam com a rispidez dos que não têm outra coisa à oferecer.


Almejo o amadurecimento dos que, com o exemplo da humildade, fazem desmoronar os pedestais em que os iludidos se colocam.


Foto de Emmyle Maia por Rafael Tavares

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A BELEZA DA MINHA MÃE


Hoje, parei por uns instantes observando a minha mãe.
Olhei aquele corpo frágil, curvado pelo tempo e tentei enxergar:
 - Onde estaria a bela mulher de corpo esguio, capaz de arrancar suspiros por onde passava?  
Lembrei-me de quando nos pegava ao colo, eu e a minha irmã;
De como sustentava a casa e nos protegia de todos os dramas que o mundo pudesse causar.
Quanto tempo, quantos anos, quantos dias, noites, horas a fio, trabalhando, lutando...
 Sem observar que para si o tempo estava a passar.
O que lucrou?
Lucrou a mim, minha mãe;
Lucrou a minha irmã; os netos e bisnetos que tanto a ama, respeita e admira.
Plantou bons frutos no seu pomar.
E embora não concordes, te vejo mais bela, a cada dia.
Tão mais menina,
Que a minha vontade é de te abraçar
E dizer que espelho algum é fiel à lindeza que na tua alma eternamente há.

domingo, 1 de julho de 2012

SEM TEMPO PRA MIM


Há mais de 12 horas eu durmo.

Espanta-me tal feito.

Procuro algo que justifique e, além da fraqueza talvez pela gripe forte a qual  eu fui acometida logo após uma vacina, justamente para me tornar imune a ela, só vejo a ideia de que não encontro motivação para estar acordada.

Isso sim é o que me preocupa.

Olho o tempo lá fora, o dia amanheceu mesmo lindo, o sol nos brinda com a sua presença e a brisa ainda sopra gelada, resquícios do frio da noite passada.

Vejo que nada disso me traz convite algum.

A minha mente só volta o meu olhar para a pilha de louça que se acumulou na pia, apesar de ter lavado tantas delas no dia passado.

Também estou avisada constantemente por mim mesma, da caixinha com os carnês de pagamento das despesas do mês para serem calculados, pagos e organizados.

Só tem um trabalho ainda que também tenho a fazer, este por sorte me dá prazer, cozinhar. Devo preparar o almoço, pois fiz um convite à minha mãe para vir comer um picado de carneiro que comprei.

...Há, já estava me esquecendo, tenho também que estudar. Isso porque eu trouxe da Secretaria da Educação, local onde estou trabalhando agora, um material que deverá embasar a minha prática neste terreno novo por onde agora estou trilhando, um assunto que merece exposição e reflexão particular, posteriormente.

Assim, tenho a certeza de que hoje, mais uma vez, irei dar as costas para o sol e para o dia que passará como um filme mudando as cores que envolvem a minha casa, ignorando a minha falta de tempo para admirá-lo.